‘Jovens Ciganas conquistam o Museu Nacional de Arte Antiga!’
No passado dia 7 de Janeiro de 2016, a Rede, parceira no Projeto DiverCity, levou as jovens participantes ciganas ao Museu Nacional de Arte Antiga e cheias de pujança demos início ao fantástico Workshop sobre Género e Arte!
Para muitas participantes, esta era a primeira vez que entravam num museu, segundo uma das participantes, a sua ideia sobre museus era de ‘um sítio escuro, velho e chato’ (MM).
Na primeira atividade, propusemos às jovens que explorassem, da forma que quisessem, a primeira sala do museu, uma sala dedicada a Presépios, e nos trouxessem as suas impressões. Esta foi uma atividade muito dinâmica em que contámos com várias e diferentes perspetivas das dez jovens participantes. Algumas referiram que aqueles eram os presépios mais bonitos que alguma vez tinham visto e que nunca tinham pensado que este seria um artigo a expor num museu. Segundo as suas expectativas, um museu era um local que apenas continha quadros e esculturas e que não se parecia nada com o sítio onde agora estavam.
Percebemos que, por estarem muito fora do contexto museológico, o olho não estava treinado para certos aspetos de um museu. Por exemplo, a noção de distância entre peça de arte e visitante não era clara (uma das participantes disse, muito exaltada, ‘Mas porque é que eu não posso tocar na peça? As mãos também vêem! TA), assim como, a própria conduta típica a seguir num museu, não era a tradicional.
Começámos então a visita onde demos toda a liberdade às participantes, passo a passo, sala a sala, de explorar os cantos e recantos do museu.
Visto o workshop realizado ter como objetivo a desconstrução de género, papéis de género e mainstreaming de género, focámo-nos particularmente numa das salas. Esta tinha dez quadros, retratos de homens, à exceção de um, de uma mulher. Para além desta clara diferença numérica, existiam ainda diferenças a nível de classe social. No meio de nove retratos de homens vestidos com roupas caras e brasões, o quadro de uma mulher, aliás rapariga (futuramente apelidada de ‘Bruna’ pelas participantes, pois era parecida com uma rapariga que conheciam) era totalmente diferente dos restantes. ‘Bruna’ vestia trajes muito pobres, esfarrapados e em más condições e estava descalça a transportar lenha para a sua casa.
Este foi um dos momentos marcantes do workshop, pois, antes de qualquer desconstrução de qualquer peça de arte, as jovens tinham de nos trazer as suas impressões sobre essas mesmas peças. Deste quadro em concreto, a ligação emocional entre as jovens e a história de ‘Bruna’ foi muito forte. Existiu uma conexão imediata, como uma das jovens participantes disse, ‘Esta podia ser eu!’ (GV). Desde que entraram nesta sala, começaram por falar sobre a expressão facial da rapariga (tínhamos previamente trabalhado questões de estética numa sessão anterior), que esta era triste e mostrava estar desamparada e sozinha. Que tinha passado por dificuldades e que tinha todo o mundo às suas costas.
Este foi um dos momentos que mais marcou o workshop, pois foi dos mais emotivos e sentidos. Em Portugal, assim como noutros países, as comunidades ciganas são alvo de grandes e múltiplas discriminações, com especial enfoque nas mulheres ciganas.
No meio de várias aventuras, onde três das participantes invadiram uma exposição e até uma passagem de modelos aconteceu ao lado das ‘joias da coroa’, acabamos o dia com muitos e bons feedbacks, dos mais positivos que obtivemos com este grupo, ‘Nunca pensei que isto fosse tão lindo!’ (AP), ‘A Bruna dá-me vontade de chorar, mas de uma maneira boa…Consigo perceber o que ela sente.’ (VM), entre muitas outras partilhas!
No passado dia 7 de Janeiro de 2016, a Rede, parceira no Projeto DiverCity, levou as jovens participantes ciganas ao Museu Nacional de Arte Antiga e cheias de pujança demos início ao fantástico Workshop sobre Género e Arte!
Para muitas participantes, esta era a primeira vez que entravam num museu, segundo uma das participantes, a sua ideia sobre museus era de ‘um sítio escuro, velho e chato’ (MM).
Na primeira atividade, propusemos às jovens que explorassem, da forma que quisessem, a primeira sala do museu, uma sala dedicada a Presépios, e nos trouxessem as suas impressões. Esta foi uma atividade muito dinâmica em que contámos com várias e diferentes perspetivas das dez jovens participantes. Algumas referiram que aqueles eram os presépios mais bonitos que alguma vez tinham visto e que nunca tinham pensado que este seria um artigo a expor num museu. Segundo as suas expectativas, um museu era um local que apenas continha quadros e esculturas e que não se parecia nada com o sítio onde agora estavam.
Percebemos que, por estarem muito fora do contexto museológico, o olho não estava treinado para certos aspetos de um museu. Por exemplo, a noção de distância entre peça de arte e visitante não era clara (uma das participantes disse, muito exaltada, ‘Mas porque é que eu não posso tocar na peça? As mãos também vêem! TA), assim como, a própria conduta típica a seguir num museu, não era a tradicional.
Começámos então a visita onde demos toda a liberdade às participantes, passo a passo, sala a sala, de explorar os cantos e recantos do museu.
Visto o workshop realizado ter como objetivo a desconstrução de género, papéis de género e mainstreaming de género, focámo-nos particularmente numa das salas. Esta tinha dez quadros, retratos de homens, à exceção de um, de uma mulher. Para além desta clara diferença numérica, existiam ainda diferenças a nível de classe social. No meio de nove retratos de homens vestidos com roupas caras e brasões, o quadro de uma mulher, aliás rapariga (futuramente apelidada de ‘Bruna’ pelas participantes, pois era parecida com uma rapariga que conheciam) era totalmente diferente dos restantes. ‘Bruna’ vestia trajes muito pobres, esfarrapados e em más condições e estava descalça a transportar lenha para a sua casa.
Este foi um dos momentos marcantes do workshop, pois, antes de qualquer desconstrução de qualquer peça de arte, as jovens tinham de nos trazer as suas impressões sobre essas mesmas peças. Deste quadro em concreto, a ligação emocional entre as jovens e a história de ‘Bruna’ foi muito forte. Existiu uma conexão imediata, como uma das jovens participantes disse, ‘Esta podia ser eu!’ (GV). Desde que entraram nesta sala, começaram por falar sobre a expressão facial da rapariga (tínhamos previamente trabalhado questões de estética numa sessão anterior), que esta era triste e mostrava estar desamparada e sozinha. Que tinha passado por dificuldades e que tinha todo o mundo às suas costas.
Este foi um dos momentos que mais marcou o workshop, pois foi dos mais emotivos e sentidos. Em Portugal, assim como noutros países, as comunidades ciganas são alvo de grandes e múltiplas discriminações, com especial enfoque nas mulheres ciganas.
No meio de várias aventuras, onde três das participantes invadiram uma exposição e até uma passagem de modelos aconteceu ao lado das ‘joias da coroa’, acabamos o dia com muitos e bons feedbacks, dos mais positivos que obtivemos com este grupo, ‘Nunca pensei que isto fosse tão lindo!’ (AP), ‘A Bruna dá-me vontade de chorar, mas de uma maneira boa…Consigo perceber o que ela sente.’ (VM), entre muitas outras partilhas!